Mensagem da Missionária Mary que está na India ganhando almas para Jesus ...
Prezados:
Cheguei na Índia as 3h da madrugada do dia 18.
Pr Prabakhar, ir Susan e Roseli foram me buscar com um carro alugado, quando
então recebi as tradicionais flores, guirlandas e manto na recepção do
aeroporto.
No caminho, ainda escuro podia observar a
miséria do lugar e do povo. É de cortar o coração.
As pessoas acordam muito cedo para trabalhar e
superlotam os auto-riquixas, que saem transbordando de gente, como podem ver
nas fotos.
Uma das coisas que chamou minha atenção no
caminho para Markapur é o habito que os indianos têm de fazer pequenas
fogueiras para se aquecerem. Não estava frio aqui, mas, para eles, é inverno e
sentem muito frio, a ponto de subirem nos auto-riquixas enrolados em cobertor.
Com temperatura em torno de 17 graus, Pr Prabbhakar
providenciou uma touca de lã para não passar frio na viagem, que dura em torno
de 8 horas. Observem a foto e imaginem o que eles devem ter sofrido no nosso
inverno gaúcho.
Logo a noite cedeu lugar para o dia e um
magnífico por-de-sol foi visto, tornando possível ver mais detalhes daquilo que
caracteriza a índia que já tínhamos notícias. Dá muita dó de ver. As carinhas
são sofridas, as casinhas, semi-destruídas... são carentes de tudo.
Em uma parada para alimentarmo-nos, fiquei
conhecendo um grande templo budista em construção e também a vassoura indiana,
feita de galhos finos e normalmente sem cabo. As pessoas varrem agachadas,
assim como fazem com as enxadinhas de cabo muito curtinho.
Chegamos em Markapur por volta do meio dia.
A igreja estava me esperando com mais
homenagens e havia principalmente mulheres e crianças que
recepcionaram-me com mais flores, manto, oração e louvor. Estavam todos
muito felizes com minha chegada. Depois de receber as homenagens e as chaves do
apartamento alugado, Ir Susan me acompanhou até o apartamento, emprestando
algumas cadeiras para esses primeiros dias.
Quando entrei no apartamento, começaram a vir
crianças para a frente do meu portão, inclusive hindus. "conversei"
com elas, dei carinho, uma por uma. Elas me olhavam com olhinhos de alegria e
perplexidade e ali ficaram por um tempo..
Pr Prabhakar e ir Susan providenciaram uma
cama e colchão para mim e fui descansar um pouco.
Na quinta, fomos a Ongole para trocar dólar e
conseguimos comprar fogão, filtro de água e microondas.
Ongole fica a cerca de 2h de Markapúr, onde
estou.
Na sexta feira, Pr Prabhakar trouxe eletricista
e o dono do apartamento para resolver problema de elétrica, pois até então eu
estava aqui quase no escuro.
Também fomos comprar, aqui em Markapúr, a
geladeira, algumas miudezas da casa, alimento e produtos de limpeza para
faxinar o apartamento, que esta muuuuito encardido. Aqui a gente compra o que
tem exposto. Se tem sujeira, amassadinhos, riscados.... é tudo normal. Fui
comprar panelas e, como já tinha percebido o hábito daqui, acabei não me
importando mais com os defeitos. A chaleira que comprei eles desamassaram
na hora, a martelo, e as tampas de panela escolhi as menos amassadas. A sujeira
a gente dá jeito fácil. Aleluia!
A primeira noite dormi acompanhada de algumas
enormes baratas.
Na quinta-feira jah comecei a fazer
refeições no apartamento, apesar de ainda não ter gás.
As demais coisas irei comprando no decorrer dos
dias. Creio que a partir da próxima terça-feira jah começo a andar com as
próprias pernas, sem dender da família prabhakar, que muito tem me ajudado
aqui.
Na quinta também compramos um chuveiro,
tipo mini-junker, mas ainda não foi instalado e estou tomando banho "a la
índia", de balde e canequinha, e desde que cheguei somente fui lavar a
cabeça no sábado, no balde. Meu cabelo estava duro e o pente preto de sujeira.
Tudo aqui eh inacreditavelmente sujo. A falta de higiene é de arrepiar.
No mercadinho que fui comprar mantimentos, a
impressão que se tem eh de que esta tudo vencido, estragado, de taaaaaantaa
sujeira acumulada sobre cada produto a venda. Isso eh o normal aqui. No
final das compras. Minhas mãos estavam pretas. Assim eh a índia. Mas ainda com
toda a miséria, sujeira e podridão, com tudo o que tenho
visto e vivido, meu coração esta muito alegre e cada vez mais apegado aos
indianos. Aleluia. Esse povo eh muito carente de tudo e a cada dia que passa
mais estou convicta de que Deus nos mandou para cá para ajudá-los e se
manifestar a eles.
Seguirei com as notícias em outro email para não
ficar muito pesado de fotos.
Que Deus vos abençoe.
Paz do Senhor
Ir Mári Schirmer